A maioria das tarefas do dia a dia - aquecer a casa, cozinhar, tomar banho, lavar a roupa ou ver televisão - tem algo em comum: consome energia. E muita da energia que consumimos passa despercebida, até chegar a fatura no fim do mês. Conhecer os seus hábitos e perceber onde, quanto e como está a gastar é o primeiro passo para uma casa mais eficiente, mais sustentável e com menores custos. Vamos mostrar-lhe como calcular o consumo energético da sua habitação e partilhar dicas práticas para começar a poupar hoje mesmo.

O que é o consumo energético?

O consumo energético de uma habitação é o total de energia despendido num determinado período de tempo. Normalmente, é medido em quilowatt-hora (kWh). Este valor resulta da soma dos consumos de todos os aparelhos elétricos da casa e aparece discriminado na fatura de eletricidade.

Para referência, uma casa pequena (até 60 m²) pode consumir entre 1.200 a 2.500 kWh/ano. Um apartamento médio (80–100 m²) ronda os 2.500 a 4.000 kWh/ano. Moradias com maiores áreas ou mais equipamentos podem ir além dos 5.000 kWh/ano, sobretudo com aquecimento elétrico no inverno ou ar condicionado no verão.

Porque é importante calcular o consumo energético?

Calcular o consumo energético permite-lhe ir além da simples leitura da fatura: é uma forma ativa de gerir os seus custos e tomar decisões informadas. Ao conhecer os aparelhos que mais energia consomem, pode adotar estratégias de poupança de energia mais eficazes – e mais, reduzir a pegada ambiental.

Além disso, este cálculo é essencial para quem quer investir em soluções como painéis solares, baterias ou carregadores para veículos elétricos, como uma wallbox. Conhecendo o perfil de consumo é possível equacionar todas estas soluções – e poupar ainda mais.

Se instalar painéis solares e aderir à mobilidade elétrica, pode reduzir a fatura da luz e no carregamento do seu elétrico com o plano Mobilidade Elétrica & Solar da Galp.

Potência vs. Consumo: qual a diferença?

Esta é uma dúvida que gera muita confusão: afinal, o que significa quando um eletrodoméstico indica “2000 W”? Muitas pessoas pensam que esse é o total de energia que o aparelho consome, mas não é bem assim. Os watts (W) representam potência, ou seja, a velocidade com que o aparelho consome energia enquanto está a funcionar - não a quantidade total consumida. É como olhar para o velocímetro de um carro: diz a que velocidade vai, mas não quantos quilómetros percorreu.

Para saber quanta energia um aparelho realmente consome, é preciso multiplicar a potência pelo tempo de uso. Por exemplo, se um aquecedor de 2000 W estiver ligado durante 1 hora, terá consumido 2000 watt-hora (Wh), ou seja, 2 kWh. Se funcionar durante apenas 30 minutos, consumirá 1 kWh. É essa energia total - em kWh - que aparece na fatura da eletricidade no final do mês.

Como consultar o consumo energético em casa?

Não precisa de muitas contas para saber quanto consome atualmente – o primeiro passo para poupar. Há várias formas simples de o fazer:

1. Ver na app ou fatura de eletricidade

A forma mais prática é consultar a fatura mensal ou usar a app da sua comercializadora de energia (como a app Mundo Galp). Na app ou na fatura irá encontra o total de kWh consumidos e o custo correspondente.

2. Calcular manualmente

Se quiser ir mais longe e entender exatamente onde está a gastar mais energia, pode sempre fazer o cálculo manual. Requer algum tempo, mas é uma ferramenta poderosa para tomar decisões conscientes e mudar hábitos. Basta seguir o passo a passo explicado abaixo: identificar os aparelhos, verificar potências, calcular o tempo de uso e somar os consumos.

3. Utilizar aparelhos de medição automática 

Existem tomadas inteligentes e contadores de energia que permitem medir o consumo energético de cada equipamento em tempo real. São ideais para quem quer monitorizar de forma contínua e sem complicações.

Ao combinar estas abordagens, consegue ter uma visão mais clara do seu consumo e identificar onde pode começar a poupar - com impacto real na sua fatura e na sustentabilidade da sua casa.

Como calcular o consumo energético da sua casa: passo a passo

Saber quanto consome a sua casa é essencial para gerir melhor os custos e otimizar a eficiência energética. Se quiser descobrir como calcular o consumo energético da sua casa, siga o passo a passo:

1. Faça o levantamento dos equipamentos elétricos 

Comece por fazer uma lista de todos os equipamentos elétricos que utiliza frequentemente: frigorífico, máquina de lavar a roupa e a loiça, forno, micro-ondas, aquecedores, televisões, computadores, etc. Inclua os equipamentos em standby e carregadores - mesmo desligados, consomem energia. Para facilitar a identificação agrupe-os por divisão da casa – ex: cozinha, sala, quartos. 

2. Verifique a potência de cada aparelho

A potência do aparelho, expressa em watts (W), representa a potência máxima que o aparelho consome ou entrega em condições normais, e é o valor que os fabricantes indicam como referência. Pode encontrá-la na etiqueta energética do equipamento ou no manual de instruções, ou mesmo no site do fabricante através de uma pesquisa do modelo do aparelho.

3. Estime o tempo de utilização diário

Calcule quantas horas por dia usa cada aparelho. Por exemplo, se vê televisão duas horas por dia, esse é o número a considerar. Se usar um equipamento apenas em determinados dias, como a máquina de lavar, calcule a média diária com base nisso.  Se fizer 3 lavagens semanais de 1h, utiliza 3 horas por semana, o equivalente a 0,43 h/dia.

4. Calcule o consumo diário de cada equipamento

Utilize a fórmula: Consumo (kWh) = Potência (W) × Tempo (horas) ÷ 1.000

A divisão por 1000 serve para converter watts por kWh, a unidade de medida utilizada nas faturas de energia.

Exemplo: Um forno de 2,400 W usado 1hora por dia: 2.400 W × 1 h ÷ 1.000 = 2,4 kWh/dia

5. Multiplique pelo número de dias do mês ou do ano

Para saber o consumo mensal, multiplique o valor diário por 30 (ou pelo número de dias reais de uso). Para descobrir o consumo anual, multiplique por 365.

Exemplo: Utilizando o exemplo do forno, se multiplicar 2,4 kWh/dia por 30 dias, obtém o consumo mensal, que neste caso é de 72 kWh/mês.

6. Some os consumos de todos os aparelhos

Agora, some os kWh de todos os equipamentos para obter o total da energia gasta. Depois, consulte a sua fatura para saber o preço do kWh. Considerando o preço médio de 0,22€/kWh, multiplique o total de kWh pelo preço unitário para obter o consumo mensal: 300 kWh x × 0,22 €/kWh = 66 €/mês.

7. Compreenda as unidades usadas na energia 

Para fazer uma estimativa do consumo energético da sua habitação é essencial compreender as unidades de medida.

• Watt (W): unidade de potência, que representa a quantidade de energia consumida ou produzida por segundo. Exemplo: um micro-ondas pode ter uma potência de 800 W.
• Quilowatt (kW): 1 kW = 1.000 W. É apenas uma forma simplificada de expressar grandes potências.
• Quilowatt-hora (kWh): unidade de energia consumida. Um aparelho de 1.000 W ligado durante 1 hora consome 1 kWh.

Importa frisar que o consumo energético vem descrito na sua fatura de energia. Na Galp, a fatura pode ser consultada na app Mundo Galp ou no portal Mundo Galp.

Onde está a gastar mais energia?

Cada casa é um caso. No entanto, há um conjunto reduzido de tarefas que são responsáveis pela grande maioria dos consumos energéticos das habitações portuguesas. Descubra quais são.

1. Aquecimento

O aquecimento é um dos maiores consumidores de energia numa habitação. Equipamentos como aquecedores a óleo são acessíveis no momento da compra, mas dispendiosos a longo prazo. Um aparelho de 2.000W ligado quatro horas por dia durante o inverno pode representar mais de 150 € em três meses. Soluções mais eficientes, como aquecedores a gás ou bombas de calor, podem representar um investimento inicial mais elevado, mas reduzem consideravelmente os custos mensais. 

2. Banhos quentes 

A água quente consome muita energia, especialmente quando aquecida por termoacumuladores elétricos. Cada minuto extra no duche pode custar até 10 € por ano. Reduzir a duração dos banhos e regular a temperatura da água entre 30ºC e 35ºC permite poupar sem comprometer o conforto.

3. Cozinhar no forno

O forno elétrico pode consumir mais de 300 € por ano se usado diariamente. É importante aproveitar ao máximo o calor gerado, cozinhando porções maiores ou fazendo várias receitas de uma só vez. Sempre que possível, opte pelo micro-ondas, que consome menos energia, ou pelo modo “eco” do forno.

4. Máquinas de lavar roupa

A lavagem a altas temperaturas é um dos principais fatores que fazem disparar o consumo. Lavar a 30ºC, usar programas curtos e só ligar a máquina quando estiver cheia são práticas simples que podem fazer a diferença. Ao longo do ano, estas mudanças podem traduzir-se numa poupança significativa.

5. Equipamentos em standby 

Televisão, box, consolas, colunas ou carregadores - muitos destes equipamentos continuam a consumir energia mesmo quando não estão a ser usados. Este “consumo silencioso” pode representar mais de 10% da sua fatura mensal. Desligá-los da tomada ou usar tomadas com botão para desligar a corrente de energia são formas fáceis e eficazes de poupar.

Como reduzir o consumo energético: dicas com impacto

Para reduzir o consumo energético de forma simples e prática, siga estas dicas.

1. Desligue os aparelhos em standby 

• Dificuldade: Baixa
• Impacto: Médio

Muitos aparelhos continuam a consumir energia mesmo desligados, desde a televisão até carregadores. Tomadas inteligentes ou programadores são soluções práticas e económicas para evitar esses consumos silenciosos.

2. Substitua lâmpadas por tecnologia LED

• Dificuldade: Baixa
• Impacto: Médio

As lâmpadas LED são até 8 vezes mais eficientes que as incandescentes e duram muito mais. A troca integral da iluminação é simples, acessível a nível financeiro e tem um retorno rápido na fatura.

 3. Aproveite ao máximo a luz natural

• Dificuldade: Baixa
• Impacto: Alto

Organize a casa de forma a privilegiar a entrada de luz solar - usar cortinas leves, cores claras e móveis baixos ajuda a reduzir a dependência da iluminação artificial durante o dia.

4. Use eletrodomésticos nos horários em que a eletricidade é mais barata

• Dificuldade: Baixa
• Impacto: Médio

Se tem uma tarifa bi-horária, use a máquina de lavar roupa ou loiça, o termoacumulador ou o forno nas horas de vazio (normalmente à noite ou fins de semana). Pode automatizar com programadores ou aplicações móveis.

 5. Poupe no aquecimento e ar condicionado

• Dificuldade: Média
• Impacto: Alto

Regule a temperatura (20–21 ºC no inverno e 24–26 ºC no verão), evite fugas de ar com vedações ou cortinas térmicas e aposte em soluções mais eficientes como bombas de calor ou ar condicionado inverter. Estas medidas reduzem os custos sem perder conforto.

6. Reforce o isolamento da casa

• Dificuldade: Média
• Impacto: Alto

Isolar bem janelas e portas evita perdas térmicas, reduzindo a necessidade de aquecimento ou arrefecimento. Trocar caixilharias ou aplicar películas isolantes pode parecer dispendioso, mas traduz-se numa poupança consistente ao longo dos anos.

7. Aposte na energia solar para autoconsumo

• Dificuldade: Média
• Impacto: Alto

Instalar painéis solares é uma solução cada vez mais acessível. Pode produzir parte (ou a totalidade) da energia que consome, ficando menos exposto à subida de preços da eletricidade. Descubra quanto pode poupar fazendo uma simulação em Galp Solar.

8. Venda o excedente da energia solar

• Dificuldade: Baixa
• Impacto: Médio

Se produzir mais do que consome, pode vender o excedente à rede elétrica, gerando um retorno adicional por cada kWh injetado. Desta forma, aumenta a rentabilidade do seu sistema.

9. Armazene energia com baterias solares

• Dificuldade: Média
• Impacto: Médio

As baterias permitem guardar a energia produzida durante o dia para usar à noite ou em dias com menor produção de energia. Esta opção maximiza a independência da rede e aumenta a eficiência do autoconsumo solar.

 10. Instale uma wallbox para carregar o seu carro elétrico em casa

• Dificuldade: Média
• Impacto: Médio

Carregar o carro elétrico em casa com uma wallbox é mais barato do que carregar em postos públicos. E se aproveitar a produção da energia solar, o custo do carregamento é ainda mais em conta. Na Galp, pode encontrar diversas wallboxes, com opção de aluguer mensal. Além disso, tem ainda a oportunidade de combinar a mobilidade elétrica e a energia solar no plano Mobilidade Elétrica & Solar e obter descontos e vantagens exclusivas.

11. Opte por eletrodomésticos de alta eficiência

• Dificuldade: Média
• Impacto: Médio

Se estiver a considerar substituir alguns equipamentos, tenha atenção à etiqueta energética e dê preferência aos mais eficientes. Frigoríficos, máquinas de lavar e aquecedores com classificação energética A+++ consomem muito menos, compensando o custo inicial mais elevado em pouco tempo.

12. Faça manutenção regular dos equipamentos

• Dificuldade: Baixa
• Impacto: Médio

A manutenção pode ter um impacto real e significativo no consumo energético da sua habitação. Limpar os filtros de ar condicionado, descalcificar as máquinas ou verificar fugas ajudam a evitar o consumo excessivo de energia. Os aparelhos com a manutenção em dia não só consomem menos, como têm uma maior durabilidade.

FAQs - Perguntas frequentes

Estas são algumas das dúvidas mais frequentes sobre o consumo energético.

1. Como posso saber quanto custa o kWh?

Consultando a sua fatura ou o site do seu fornecedor tem acesso a esta informação. É possível que o valor varie consoante a tarifa contratado e o mercado (fixo ou regulado).

2. Os painéis solares compensam mesmo?

Sim, especialmente se tiver consumo elevado durante o dia. O retorno varia, mas pode ocorrer em 5–7 anos.

3. É possível calcular o consumo de um aparelho sem saber a potência?

Alguns aparelhos têm contadores de energia integrados. Pode também usar tomadas inteligentes com medição.

4. Posso reduzir a potência contratada?

Se a sua potência atual for superior ao necessário, pode pedir a alteração — e poupar na fatura mensal.

5. Como funciona o “consumo fantasma”?

É o consumo de aparelhos em standby ou com luzes indicadoras. Desligá-los da tomada elimina esse gasto invisível.

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